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Writer's pictureAssessoria de Comunicação

ONU denuncia impunidade e baixa participação política de negros no Brasil

Com baixa representação na vida política, a população negra no Brasil continua sendo alvo desproporcional da violência policial e a impunidade "generalizada" é ainda uma realidade para ativistas diante de crimes e ameaças.


O alerta foi emitido nesta terça-feira, pela ONU, numa investigação que mapeia a situação da violência policial contra a população negra pelo mundo.


Em 2021, a ONU aprovou uma resolução em que estabelecia uma investigação sobre os casos espalhados pelo mundo de ações racistas por parte das forças de ordem. A iniciativa foi tomada depois da morte do americano George Floyd, por policiais em 2020. Naquele momento, o governo de Jair Bolsonaro se aliou ao governo de Donald Trump, na esperança de minar a resolução.



Agora, no novo informe, a entidade deixa claro que o Brasil é um dos locais do mundo onde a situação da população negra continua sendo grave.


O resultado da investigação será submetido ao Conselho de Direitos Humanos da ONU que, no dia 5 de outubro, irá lidar com o tema. O governo trabalha com a possibilidade de que a ministra Anielle Franco, de Igualdade Racial, viaje até Genebra para a reunião.


De uma forma geral, no mundo, o documento revela que negros "continuam a enfrentar imensos desafios para uma participação significativa em assuntos públicos em muitos países devido ao racismo sistêmico, à marginalização e à exclusão, muitas vezes enraizados nos legados da escravidão e do colonialismo”.


O relatório conclui que o racismo sistêmico continua a afetar negativamente as pessoas de origem africana em todos os aspectos da vida. "As mortes de afrodescendentes durante ou após interações com as autoridades policiais continuam, e o relatório constata que houve pouco progresso no combate à impunidade - apesar das lutas prolongadas das famílias em busca de responsabilização e reparação efetiva", afirma o Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos, responsável pelo levantamento.


"Para que o racismo sistêmico seja superado, os estados devem acelerar as ações para uma participação significativa, inclusiva e segura dos afrodescendentes em todos os aspectos dos assuntos públicos", disse o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk.

Segundo ele, um dos pontos de partida é a garantia de que eles possam participar da elaboração, implementação e avaliação de políticas. "Não há nada sobre eles sem eles", enfatizou Türk.


Fonte: Uol

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