A origem do 1º de Maio:
- Assessoria de Comunicação
- Apr 30
- 3 min read
Só com lutas se conquista mais direitos!

Nenhum direito foi conquistado sem que houvesse muita luta e resistência. Portanto, conhecer a história do 1º de Maio, escrita pelos trabalhadores e trabalhadoras, é essencial para a construção de um futuro melhor, mais justo, com emprego, renda, direitos e uma vida digna para todos e todas!
O Dia Internacional do Trabalhador foi criado pela Segunda Internacional Socialista, um congresso realizado em Paris no ano de 1889. A data foi escolhida para homenagear a greve geral de 1º de maio de 1886, em Chicago, o principal centro industrial dos Estados Unidos naquela época.
Milhares de trabalhadores foram às ruas protestar contra as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigir a redução da jornada de 13 para 8 horas diárias.
Naquele dia, manifestações, passeatas, piquetes e discursos movimentaram a cidade. Mas a repressão ao movimento foi dura: houve prisões, feridos e até mesmo mortos nos confrontos entre os operários e a polícia.
Sete foram condenados à morte e um deles a 15 anos de prisão. Outros dois tiveram suas penas de morte transformadas em prisão perpétua. Em fins de 1887, foram enforcados Spies, Fischer, Engels e Parsons, o quinto apareceu assassinado na sua cela. Seis anos depois, o processo foi anulado por conta de suas irregularidades e os três que ainda estavam presos foram libertados.
Em memória dos mártires de Chicago, das reivindicações operárias que nesta cidade se desenvolveram em 1886 e por tudo o que este dia significou na luta dos trabalhadores pelos seus direitos, servindo de exemplo para o mundo todo, o dia 1º de Maio foi instituído como o Dia Internacional do Trabalhador.
Com o passar dos anos, o 1º de Maio passou a ser uma homenagem a todos os mártires que lutaram pela liberdade e pelo fim da exploração capitalista, não só os de Chicago.
No Brasil

Na época do Congresso Socialista de Paris, que instituiu o Dia Internacional do Trabalhador, o Brasil tinha deixado de ser um país escravagista havia apenas um ano (1888). Santos foi a primeira cidade brasileira a celebrar o 1º de Maio, somente em 1895.
Já no início do século 20, mesmo sofrendo pesadas repressões, o movimento operário obtém avanços e os patrões começam a ceder. Em 1903, os têxteis do Rio de Janeiro conseguem um contrato que limita a jornada a nove horas e meia.
Em 1907, os marmoristas e canteiros (trabalhadores em pedra) se tornam a primeira categoria a conseguir as 8 horas diárias. Em 1917, há uma greve geral em São Paulo pelas 8 horas.
Em 1924, o 1º de Maio no Brasil é declarado feriado nacional. Em 1932, o governo decreta as 8 horas de trabalho diário para os trabalhadores industriais.
Sucessivamente outras categorias urbanas conseguem o mesmo.
Com o Estado Novo, em 1937, as comemorações do 1º de Maio e os sindicatos passam a ser controlados pelo presidente Getúlio Vargas. A partir de 1945, após o fim da 2ª Guerra Mundial, há um processo de democratização no Brasil.
Em 1964, porém, com o golpe militar, os sindicatos e o movimento democrático em geral voltam a sofrer dura repressão.
O longo período ditatorial termina em 1985. Neste mesmo ano, depois de intensas mobilizações, os trabalhadores industriais conseguem a redução de 48 horas para 44 horas semanais em seus contratos coletivos.
A Constituição de 1988 consolida para todos os trabalhadores brasileiros as 44 horas. Com o passar dos anos, nossa luta, sempre em destaque nos eventos públicos do 1º de Maio, passou a ser pela jornada de 40 horas, sem redução salarial, para gerar mais empregos e qualidade de vida para a classe trabalhadora brasileira.
Rumo a 2026: aumentar a nossa força política!

Uma das principais bandeiras do movimento sindical brasileiro neste 1º de Maio deveria ser uma grande luta pelo aumento da representatividade da classe trabalhadora/operária nos governos e parlamentos.
Se isto não ocorrer, continuaremos correndo o risco de perder direitos trabalhistas e sociais e ver reduzido o espaço para reivindicar melhorias para o povo brasileiro, que é formado em sua grande maioria por trabalhadores e trabalhadoras.
O atual Congresso Nacional é uma vergonha, não tem praticamente nenhum parlamentar realmente mobilizado para defender nossos interesses. Infelizmente, o nosso setor de panificação e confeitaria também continua sem representação política. Até quando?
É preciso que todos reflitam sobre este tema. Pois, mesmo não gostando de “política” ou achando que todos os políticos “são iguais”, é preciso ter a consciência de que as mudanças necessárias para o Brasil se desenvolver com justiça e inclusão social passam necessariamente pelas votações e decisões no Congresso.
Por Assessoria de Imprensa do Sindicato dos Padeiros de São Paulo
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